A cirurgia bariátrica é um caminho para indivíduos que querem reduzir peso corporal. Em alguns casos, muitos tentaram outras estratégias e não obtiveram sucesso. É importante lembrar que a bariátrica envolve riscos como qualquer cirurgia, porém quando todas as variáveis estão dentro dos parâmetros adequados, o paciente é liberado pela equipe para a cirurgia. Como a mudança na vida da pessoa é muito ampla e não só diminuição de peso, a equipe é composta de vários profissionais como médicos, nutricionista, psicólogo e profissional de educação física.
A cirurgia tem como objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas e essas têm que ser muito disciplinadas, pois a partir da cirurgia a vida muda radicalmente. Exercícios físicos, alimentação regrada, suplementação, tudo tem que ser seguido à risca. Caso a pessoa não siga, pode enfrentar um dos maiores medos de quem é submetido a essa cirurgia: o reganho de peso.
Nos primeiros meses após a cirurgia, quando o paciente está mais tranquilo, os resultados chegam de forma satisfatória. Elogios surgem de pessoas próximas e você continua seguindo à risca todas as recomendações. Só que com o passar do tempo o apetite, que era baixo, tende a aumentar, aí a perda de peso estabiliza. Por isso a importância dos familiares que precisam estar atentos para que os problemas emocionais não afetem a evolução e a pessoa volte a cair em velhos hábitos, tendo o reganho de peso como consequência.
Para se ter uma ideia, mais de 50% dos pacientes terá algum grau de reganho de peso, e isso é considerado normal. Ter reganho entre 5-10% do excesso de peso reduzido após 24 meses da cirurgia, de forma lenta e sem repercussão clínica, está dentro da normalidade e não necessita de nenhum tratamento. Para evitar esse reganho de peso, acima do esperado, é necessário seguir com a equipe em visitas periódicas, seguir direitinho as recomendações da nutricionista, manter a frequência com os exercícios físicos e, sempre que necessário, revisar hábitos para manter-se saudável em todas as variáveis.
Se o reganho de peso iniciar no primeiro ano de pós-operatório, seja por maus hábitos ou seja por algumas comorbidades (por exemplo: Esteatose (gordura no fígado), diabetes, colesterol e triglicerídeos elevados) retornarem ou a redução de peso for inferior a 50%, não estando dentro do esperado, o paciente deve ser avaliado pela equipe multidisciplinar para saber o que está acontecendo e, assim que possível e necessário, solicitar exames clínicos e avaliação por psicólogo e nutricionista, entre outros.
Entre outras informações, o recordatório alimentar contribui muito, pois muitas vezes o paciente nem se dá conta das armadilhas que está caindo. Na maioria dos casos, o reganho se dá por maus hábitos e aquelas visitas fora de hora na geladeira, o famoso plantão beliscador. Um biscoitinho aqui, um doce e salgadinho acolá, entre outros alimentos com alto teor de calorias e baixo valor nutricional, e aos poucos vai caindo nas armadilhas. Diminuir ou parar com os exercícios físicos regulares é outra forma de se sabotar, pois os exercícios vão além do que se vê, além da contribuição para manter e aumentar a massa muscular, os exercícios físicos também contribuem com a melhora da qualidade de sono. Não ter um bom sono, aumenta a probabilidade de aumento de peso em forma de gordura.
Vamos avaliar de forma mais crítica? Se todas as pessoas tivessem desde sempre bons hábitos de vida, qualidade de alimentação, exercícios físicos regulares, boa noite de sono entre outros, o número de pessoas com sobrepeso e obesidade diminuiria de forma significativa. Para quem alega não gostar de nada disso e quer fazer a cirurgia bariátrica, esses bons hábitos farão parte de sua vida de forma obrigatória, caso contrário, o reganho de peso acontecerá. A ideia é mudança de comportamento e sempre melhorar a qualidade de vida. Conhece alguém que já passou por essa cirurgia? Conta pra gente!
Graduado em Licenciatura e Bacharelado em Educação Física pela UFAL (CREF:001274-G/AL)
Esp. Fis. do Exercício, Aval. Física e Grupos Especiais
Esp. em Atividades Aquáticas.
