Como pouco, mas não emagreço.

Comer pouco sem perder um grama sequer é uma das queixas mais frequentes que recebo todos os dias, muitas vezes seguida de “devo ter algum problema na tireóide“. Até pouco tempo, isso era encarado como desculpa esfarrapada. Afinal, menos de 4% das pessoas com excesso de peso têm disfunções hormonais que podem interferir no emagrecimento. O médico fazia a invariável recomendação de fechar a boca e fim de papo.

Já não funciona assim. A ciência comprovou que comer muito pouco não ajuda a afinar, pelo contrário, estresse, genética, metabolismo, podem influenciar no seu resultado sim! Isso não é desculpa esfarrapada. Para mostrar isso para vocês, listei aqui os erros alimentares que podem brecar a perda de peso e ajudar você a tirar tudo de letra.

Ato falho engorda

Antes de achar que a sua dificuldade em perder peso está relacionada a algum problema com o seu organismo, analise a sua atitude diante da comida. E comemore: virar esse jogo é bem mais fácil do que resolver qualquer disfunção.

Pouca comida, muitas calorias. Você pode comer pouco, mas, se escolher alimentos errados, como os super-refinados e gordurosos (doce, bolo, pão branco, fritura, salgadinhos, carnes gordas), pouco vira muito. Apostar em um prato quase vazio mas cheio de calorias também dispara a produção de gordura. Para perceber onde mora o perigo, use o truque do diário alimentar: Você anota tudo o que entra no seu cardápio e confere no fim do dia como a baixa qualidade dos alimentos pode pesar na balança tanto quanto a quantidade.

Falta de atenção. Se você cansou de ouvir a recomendação de fazer da refeição um ritual agradável sem se distrair com outras coisas, experimente comer um prato no capricho, do jeito que você gosta em frente à TV: vai chegar ao fim com a sensação de que não foi o suficiente. Outro teste: tome um café enquanto trabalha diante do computador. Em algum momento, você vai levar a xícara vazia à boca, porque não percebeu que já bebeu tudo. Conclusão: hora de comer, comer.

Metabolismo lento

Pode acontecer de o metabolismo ficar preguiçoso, queimando menos gordura, especialmente depois de uma dieta radical feita por um período longo — em que você perde muita massa magra (músculos). E isso engorda mesmo. Mas existem maneiras eficientes para dar um novo gás a esse sistema.

Mais músculos

Está comprovado que, para manter o metabolismo queimando mais calorias durante 24 horas por dia, é importante você investir nos exercícios de força. Eles proporcionam o aumento dos músculos — considerados queimadores naturais de calorias. Mas nada de voltar à vida sedentária depois de chegar ao peso ideal. É preciso entender que o exercício é para sempre: parou de fazer, o metabolismo fica mais lento.

Dieta acelerada

Agora, se você come pouco de verdade, malha muito e nada de emagrecer, pode ser mesmo que seu metabolismo esteja lento. Então, a recomendação é esquecer as dietas que prometem resultados rápidos. A solução é perder 10% do peso total ao longo de um ou dois meses e manter o novo peso por uns seis meses. Esse tempo dá chance ao seu organismo de começar a registrar o novo peso e permitir que o metabolismo se estabilize. Só depois você retoma a dieta para enxugar o que falta. O difícil é lidar com a ansiedade: poucas mulheres têm paciência de esperar muito para atingir a meta.

De olho na insulina

Quando comemos, a quantidade de insulina no sangue aumenta e em cerca de duas horas ela começa a trabalhar, capturando a glicose (açúcar) dos alimentos, em especial dos carboidratos. Se você engorda comendo alimentos muito calóricos, emagrece com uma dieta maluca e depois volta a ganhar peso, provoca turbulência na produção desse hormônio. A consequência pode ser a resistência do seu organismo à insulina, isto é, ele manda o pâncreas fabricar cada vez mais hormônio para resolver as mesmas funções de antes, aumentando seus níveis, o que dá mais fome e dificulta a perda de peso. Quando a insulina sobe e desce fora do padrão também pode ser sinal de diabetes tipo 2 – vale checar.

Para desacelerar a produção da insulina, a recomendação é diminuir o consumo de carboidratos, preferindo os de baixo índice glicêmico (que demoram mais para serem transformados em glicose) e evitando os que viram açúcar muito rápido no sangue: doce, bolo, açúcar, pão branco, batata e arroz branco.

Culpa da genética

Mãe, tias, avós, irmãos, todos gordinhos? Então o excesso de peso pode ter a ver com a sua história familiar. Daí, é verdade, fica mais difícil manter o corpo sequinho mesmo se você come pouco.

Os últimos estudos na área da genética mostram que uma das causas da tendência a engordar é a produção excessiva da enzima lipase lipoprotéica, a principal responsável pelo armazenamento das gorduras nas células. Quando os genes determinam uma menor produção da proteína UCP (uncoupling protein ou proteína desacopladora) o resultado também é peso extra. Nesse caso, o metabolismo aproveita tudo o que é consumido e gasta o mínimo de energia. Não existe ainda tratamento para essa ingrata tendência, mas você pode controlar o peso se criar o hábito de comer na medida certa e priorizar alimentos de qualidade. A saída é adotar, para sempre, um estilo de vida em que os excessos fiquem de lado. O exercício também é um santo aliado para driblar a genética.

Stress

Pare um pouco e reflita com calma: será que a sua dificuldade em riscar os quilos extras do seu corpinho não tem a ver com stress? Além de deixar você nervosa e pronta para atacar a geladeira, a tensão constante estimula a produção de cortisol, hormônio que breca a perda de peso e engorda. Ele manda para o cérebro uma mensagem para reter líquido e gordura no organismo. Então, faça o possível para relaxar. Para facilitar a tarefa, invista em alimentos ricos em substâncias que ajudam a reduzir o stress e ainda regulam a sensação de bem-estar. São eles: avelã, castanha-do-pará, alface, espinafre, brócolis, berinjela, grão-de-bico, soja, acerola, goiaba, banana, iogurte, peixes e frutos do mar. Os mais calóricos, como as castanhas, grãos e cereais, não podem ser consumidos com a mesma liberdade que a berinjela e a alface. Duas castanhas ou meia xícara (chá) de grão-de-bico (ou soja) ao dia estão na medida.

Pra ficar esperta!

Muita gente só registra na lista o que comeu durante as refeições e ignora tudo que belisca nos intervalos. 

Deu para entender um pouco de quantos fatores o nosso corpo precisa para emagrecer? 

Comece hoje o estilo de vida que te ajude a chegar onde você quer. Beijo da nutri.

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