Alguns casos de pessoas que apresentaram morte súbita durante a prática de atividades físicas, depois de terem se restabelecido da COVID, serviu de alerta para muitos outros que passaram a buscar o cardiologista para fazerem exames prévios.
Todos os que sofreram contaminação pelo Coronavirus podem ter adquirido sequelas cardiológicas, sendo mais provável nos que tiveram algum acometimento pulmonar e sofreram internação hospitalar ou em UTI.
Naturalmente os que apresentaram quadros mais graves têm também uma maior probabilidade de algum comprometimento do coração. Sobretudo aqueles que durante o internamento ou após, desenvolveram algum tipo de arritmia ou níveis elevados de troponina no sangue, o que indica existir algum tipo de lesão nas células musculares do coração.
Assim sendo, mesmo estando assintomático e independentemente da sua performance ou nível de atividades física a ser exercida, é recomendável antes de um reinício, fazer uma APP (avaliação pré-participação).
A investigação deve ser mais aprofundada naqueles que são sintomáticos. Muitos se queixam de cansaço, fadiga e coração acelerado.


O risco de morte súbita é maior na prática de exercícios de maior intensidade e, por isso, a avaliação deve ser feita de forma individualizada a depender do tipo de atividade que vai ser exercida, destes se destacando os que preferem atividades competitivas e atletas, exigindo maiores cuidados, mas sem menosprezar os que praticam atividades menos intensas.
Algumas pessoas estão apresentando sintomas mais pelo sedentarismo e ganho de peso provocado pela adoção de hábitos não saudáveis durante a epidemia do que mesmo por algum problema cardíaco. Mas, vale a pena voltar aos hábitos saudáveis com moderação e os cuidados devidos.


Médico Cardiologista (CRM1017 / RQE96)