Exercício e insuficiência cardíaca: um músculo fraco precisa de treino!

Chamamos de insuficiência cardíaca (IC) quando o coração se torna incapaz de ofertar oxigênio aos tecidos em taxa adequada. Em outras palavras, o bombeamento de sangue pelo coração está menos eficaz. Na maioria dos casos, a IC é causada por alterações no próprio coração e pode decorrer de hipertensão não controlada, após um infarto agudo do miocárdio, doença e Chagas ou mesmo abuso de álcool. No final das contas, temos um músculo (o músculo cardíaco) que não está conseguindo fazer seu trabalho.

Apesar de termos diferentes formas de IC (sistólica, diastólica, fração de ejeção reduzida ou preservada), algo interessante é o que chamamos de classificação funcional. Podemos classificar o portador de IC de acordo com seu nível de dispneia (dificuldade para respirar). Dessa forma, um indivíduo que sente dispneia apenas em esforços mais intensos é classificado de maneira diferente de outro que tem sua respiração dificultada em esforços leves ou mesmo no repouso. E como isso é importante para a prática clínica, o dia a dia com o paciente!

No acompanhamento, usamos essa classificação funcional para avaliar a melhora do paciente. Me recordo de um paciente que atendia em casa. Na minha primeira visita, minha primeira imagem dele, foi apoiado no braço do filho, andando da cozinha até a sala e precisando se sentar no sofá para descansar. Após seis semanas de acompanhamento, me emocionei quando fui recebido por ele, sozinho, no portão. Então, juntos, atravessamos o jardim, a garagem, a sala. Ele foi à cozinha buscar uma chave. Voltou. Abriu a porta e fomos para a varanda. Ele puxou uma cadeira, sentou e começou a conversar. Sem nenhum sinal de dificuldade respiratória. Qual o termo técnico para isso? QUALIDADE DE VIDA!   

Treino HIT

No geral, os pacientes com IC são altamente responsivos às mudanças no estilo de vida, principalmente exercício e alimentação. O funcionamento cardíaco melhora bastante e traz uma qualidade de vida mais satisfatória. No final das contas, é mais um exemplo do que já sabemos: músculo fraco precisa de treino!

Obviamente, dentro do acompanhamento de paciente com IC, independentemente da melhora da classificação funcional, é necessário que se mantenham as visitas médicas regulares, com exames periódicos preconizados. Isso favorece melhor prognóstico e maior segurança para colocar o exercício na vida do paciente.

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