Você é daqueles que, quando chega em casa após um treino super intenso, ainda tem que se forçar a comer alguma coisa no pós-treino – o que parece contra intuitivo para o nível de energia que acabou de gastar?
Você não é o único. Se você já treinou muito e percebeu que tem pouco ou nenhum apetite (em contraste com a fome que pode sentir após exercícios moderados), pode haver uma explicação para esse fenômeno:
Um estudo publicado na revista estadunidense Nature sugere que existe de fato uma ligação entre exercícios intensos e diminuição do apetite. Então, se você vai para a academia para perder peso, eis aí mais um motivo para não “treinar fofo”. Confira melhor as explicações a seguir.
Acontecem mudanças metabólicas após o treino
O que explica este fenômeno é um pico significativo em uma molécula específica que é uma combinação de lactato (produzido no corpo durante o exercício) e fenilalanina (um aminoácido) e que leva a uma diminuição de até 30% do apetite.
Esse pico já tinha sido observado em testes com ratos e cavalos e, ao fazer o teste em humanos, o resultado se confirmou – mas apenas quando fazemos exercícios de alta intensidade.
Treinar mais para emagrecer?
Sim. E não apenas pela equação de gastar mais calorias, mas também por conta dessa diminuição na vontade de comer. “Esse pico da molécula e falta de apetite levou à redução do peso corporal, redução da gordura e melhora da tolerância à glicose, indicativo de uma reversão do diabetes”, diz Jonathan Long, um dos cientistas autores do estudo.
Além disso, um outro estudo também sugeriu que o exercício intenso pode diminuir o apetite porque faz com que o hormônio da fome (grelina) diminui, enquanto o hormônio supressor da fome (peptídeo YY) aumenta.
Intensidade ideal
Se esse é o efeito que você procura, é preciso se esforçar, mesmo. Isso porque um treino de intensidade moderada, por outro lado, pode deixá-lo com ainda mais fome, já que seu corpo gasta bastante energia (logo, pede por mais combustível) mas não atingiu o pico da molécula citada.
Guilherme Micheski, gerente técnico da Smart Fit, dá uma dica para medir seu esforço, se você não tem um relógio de monitoramento. “Na Smart Fit, temos o Quadro de Percepção de Esforço fixado nas paredes próximas à área de cardio. Ele é muito útil para treinos de condicionamento e emagrecimento”, lembra.
Posso pular a alimentação pós-treino?
A resposta é direta: não! É importante ter em mente que nada disso significa que você não deve comer depois de um treino.
Na verdade, a ciência também mostra que é muito importante reabastecer após uma sessão intensa, porque exercícios extenuantes esgotam o estoque de glicogênio (o combustível armazenado em seus músculos). “Comer uma combinação de proteínas e carboidratos 30 minutos a uma hora após o treino ajudará a restaurar a energia, reparar os músculos e manter o metabolismo funcionando, para que você possa se recuperar com segurança e manter suas atividades favoritas”, diz Fúlvia Hazarabedian, head da plataforma de nutrição Bio Nutri .
Fonte: smartfit.com.br